quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Estação mais bela de todas!



A flor e o espinho
A flor de maracujá - eu bem me lembro - abriu-se em bela tarde de Setembro, numa ramada nova, luzidia que, lá no fundo do terreiro, seus longos braços decididos estendia entre os espinhos do meu velho limoeiro.
Certo dia, o maior destes espinhos assim falou, num gesto pontiagudo:
- Ó flor, não vês tantos insetos maus, daninhos que te roubam o mel, o pólen e tudo e ferem teus tecidos e matizes?
Como é que nada dizes quando te assalta tanto bicho feio?
Como ficas aí, sem queixume, deixando o vento carregar o teu perfume para ir perfumar terreno alheio?
Enquanto é tempo, fecha as pétalas lustrosas; guarda só para ti tanta beleza!
Declara guerra aos beija-flores e às abelhas horrorosas que comem, sem pagar, à tua mesa. Isso é uma afronta! Tu vives sendo depredada e não te cansas? Se queres eu te empresto a minha ponta: longos espinhos para usar como lanças!
A flor, porém, sorri, balançando a corola à cadência de um vento e, numa onda de perfume que se evola, assim diz ao espinho agressivo e violento:
- Tu não conheces o destino de uma flor; não nasci para o ódio, eu nasci para o amor. Guerra, queixa, agressão... Que sugestão é está? Ser flor é ter as pétalas em festa, espalhando o convite dos perfumes às abelhas, de dia e, à noite, aos vaga-lumes, enfim a todos os bichos da floresta.
Ser flor é ter um coração cheio de mel, como pote dourado aberto a quem vier, até mesmo pra ti, pobre espinho insensato.
É mesa posta o coração das flores: pólen e mel, perfume e cores, banquete de abelhinhas esfaimadas! Não me fales de lanças nem de espadas; já viste alguma flor num campo de batalha? Toda flor é um pequeno castelo de fadas, sem fosso nem muralha, sem torres nem ameias, franqueado sempre à fome e à indigência alheias. Ser véspera do fruto e véspera da vida eis toda a sua essência colorida: perfume e cor em gesto de esperança e presente que a mão por mais pequena alcança. Tu não sabes, espinho - ah, como vais saber? - não suspeitas sequer o indizível prazer e juventude que se tem em vida nova e outra beleza para algem
Assim falou... mas, afinal um dia , as pétalas caíram e... ei-la despojada! O espinho comentou então, com ironia: Eis a que fim chegou esta pobre obstinada: deu tudo o que possuía, no fim morreu sem nada!
Alguns meses mais tarde, eu fui rever, muito tempo depois, da primavera, o meu maracujá, no fundo do terreiro que ainda pelejava contra o limoeiro. Com que imenso prazer eu descobri, então, que lá na mesma rama onde a flor estivera, bem ao lado do mesmo espinho bruto, havia agora um fruto em forma de coração.
Se todos nós aprendêssemos a viver como flor não teríamos guerras, violência, injustiça...... e seríamos felizes.
Para todos vocês meus queridos amigos uma feliz primavera!


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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Acabei caindo na faca




Pois é gente, esse danado do terçol rendeu mais que imaginava. Depois de quase 16 dias tive que realizar uma pequena cirurgia para me livrar de vez dele.


Se doeu? Um pouco, mas estou feliz e aliviada de ter meus olhos lindos novamente.

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